oito facinantes maravilhas de portugal

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Oito fascinantes maravilhas portuguesas.

 

 

 

 

 

Portugal, enquanto umas das nações mais antigas na Europa, teve a sua génese em 1139. Desde 1297, altura em que os portugueses e os espanhóis assinaram um tratado que cedia o Algarve a Portugal, as suas fronteiras têm permanecido praticamente inalteradas. O primeiro rei, Afonso I Henriques, chegou ao poder em 1143, tendo o país permanecido um reino durante os 800 anos seguintes até 1910, altura em que se tornou uma república.

 

Portugal é um país especial repleto de caráter, peculiaridades e tradições que o moldam num local que acolheu 12,7 milhões de turistas só em 2017. Assim, se já visitou e explorou a sua rica história ou se ainda não desfrutou do seu clima solarengo, seguem-se dez curiosidades acerca de Portugal que mostram que ainda há muito a aprender sobre este país fascinante.

 

O português é o idioma oficial de 9 países

 

 

Tendo sido anteriormente um império global, não é de surpreender que o português enquanto idioma tenha viajado para lá das costas de Portugal. Na verdade, afirma-se que mais de 236 milhões de pessoas por todo o mundo são falantes nativos de português.

 

O português é o idioma oficial não apenas de Portugal, mas também do Brasil, de Cabo Verde, de Angola, da Guiné-Bissau, de Moçambique, de São Tomé e Príncipe e da Guiné Equatorial. O idioma também é falado em Goa, na Índia, em Macau, na costa sul da China, e em Timor-Leste, no sudeste asiático.

 

Lisboa quase foi destruída por um terramoto, seguido de um tsunami 40 minutos depois

 

 

A 1 de novembro de 1755, durante a celebração religiosa do Dia de Todos os Santos, às 9:40, Lisboa foi abalada por um monumental terramoto que quase destruiu a cidade. Os relatórios da época indicam que o terramoto durou entre três e seis minutos e criou fissuras com 5 metros de largura no centro da cidade. Aproximadamente 40 minutos após o terramoto, um tsunami engoliu a zona portuária e a baixa, continuando a subir pelo rio Tejo. Este evento foi tão rápido que as pessoas a cavalo tiveram de galopar o mais rápido possível para evitarem ser arrastadas. Posteriormente, seguiram-se mais duas ondas.

 

Para agravar a situação, as velas que tinham sido acesas por toda a cidade nas casas e nas igrejas para o Dia de Todos os Santos foram derrubadas devido ao terramoto. À medida que o tsunami recuava, a cidade começou a arder violentamente durante horas, asfixiando as pessoas até 30 metros de distância das chamas. Não é certo o número de pessoas que perderam a vida no desastre, mas acredita-se que os valores se encontrem nas dezenas de milhares. Perto de 85% dos edifícios de Lisboa foram destruídos, incluindo palácios e bibliotecas famosos, assim como a maioria dos exemplares marcantes da arquitetura manuelina do século XVI em Portugal. O terramoto teve igualmente um impacto económico e político. Após anos a desenvolver Lisboa como uma capital cosmopolita, esta foi completamente destruída num dia e demorou décadas a ser reconstruída e a tornar-se naquilo que é hoje.

 

A livraria mais antiga do mundo está em Lisboa

 

 

Se viajar até Lisboa, a capital de Portugal, verá uma imensidão de livrarias independentes aglomeradas nas suas ruas de calçada portuguesa. Sendo uma nação de apaixonados por livros, não é de surpreender que a livraria mais antiga do mundo esteja situada na cidade. Datada de 1732, a Bertrand Chiado na Rua Garrett é a mais antiga livraria em funcionamento, um recorde oficializado pelo Livro Guinness dos Recordes em 2011.

 

A livraria original foi aberta por Pedro Faure na Rua Direito do Loreto. Este esperava que a sua livraria se tornasse num centro de eventos intelectuais e artísticos. Faure foi bem-sucedido, mas, em 1775, o Grande Terramoto de Lisboa praticamente destruiu a loja. Desanimado, Faure vendeu a livraria aos Irmãos Bertrand, que a transferiram temporariamente, tendo regressado 18 anos depois à zona da Baixa de Lisboa, onde foi reconstruída. Com o passar dos anos, a marca Bertrand tornou-se um nome nacional e é agora a maior cadeia de livrarias em Portugal, com mais de 50 lojas.

 

Mais de metade da cortiça do mundo vem de Portugal

 

 

O sobreiro é uma das poucas árvores autóctones ainda existentes em Portugal e o país utiliza-o em seu benefício ao produzir 70% das exportações de cortiça do mundo. Os principais importadores de cortiça portuguesa são a Alemanha, o Reino Unido e os EUA.

 

Portugal possui o maior sobreiral do mundo, sendo atualmente ilegal o abate de sobreiros sem autorização do governo. Os sobreiros prosperam em Portugal devido à precipitação equilibrada, aos curtos períodos secos, aos invernos moderados e aos dias de sol que abençoam o país, criando as condições ideais para estas árvores.

 

A origem da tempura japonesa é atribuída a comerciantes portugueses

 

 

A tempura, os pedaços de vegetais e marisco fritos e panados são uma das muitas delícias gastronómicas associadas à cozinha japonesa. Porém, esta foi na verdade trazida por comerciantes e missionários portugueses no século XVI. A fritura foi uma das principais formas de cozinhar peixe em Portugal e Espanha durante centenas de anos, com receitas de peixe frito em massa de ovo a surgirem em livros de receitas árabes espanhóis já no século XIII.

 

Conta a lenda que, em 1543, um navio chinês com três marinheiros portugueses a bordo dirigia-se para Macau quando foi desviado da sua rota e acabou por ir parar à ilha japonesa de Tanegashima. António da Mota, Francisco Zeimoto e António Peixoto, os primeiros europeus a pisarem solo japonês, foram considerados "bárbaros sulistas" pelos habitantes locais. Contudo, os japoneses estavam no meio de uma guerra civil e, eventualmente, começaram a negociar com os portugueses, principalmente em armamento. Este negócio resultou na criação de um entreposto comercial português no Japão, tendo começado com armas de fogo e avançado, posteriormente, para outros artigos como sabão, tabaco, lã e mesmo receitas, incluindo obviamente a tempura, que rapidamente se tornou um produto de consumo básico.

 

 

Os primeiros pastéis portugueses foram criados supostamente no século XIII por monges

 

 

Os pastéis de nata são a sobremesa favorita de Portugal e tem sido assim desde o século XIII, pois, segundo consta, foram criados por monges no Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa. Aparentemente, os monges tinham-se estabelecido em França quando se inspiraram na deliciosa pastelaria disponível. Precisavam de encontrar uma forma de utilizar as gemas dos ovos que sobravam quando as separavam das claras para obter a goma para a roupa, por isso, que melhor forma do que fazer pastéis de nata?

 

Após a Revolução Liberal em 1820, o mosteiro estava em risco de encerrar e, como tal, os monges começaram a vender os pastéis de nata a uma refinaria de açúcar nas redondezas. Em 1834, o mosteiro acabou por fechar e a receita foi vendida à referida refinaria de açúcar. Três anos depois, os donos da refinaria abriram a Fábrica de Pastéis de Nata de Belém, que continua a funcionar até hoje e é gerida pelos descendentes dos donos originais. Por isso, se estiver por perto, não perca a oportunidade de provar um (ou cinco) dos famosos pastéis polvilhados com canela antes de ir embora!

 

Portugal tornou-se o sexto país da Europa a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo em 2010

 

 

Felizmente, Portugal evoluiu bastante desde o tempo em que a homossexualidade era proibida e punível com pena de prisão durante o regime fascista do Estado Novo, embora seja importante notar que muitos outros países durante esse período também penalizavam as atividades entre pessoas do mesmo sexo. Quando Portugal legalizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo em 2010, deu-se um grande passo a favor dos direitos LGBT.

 

Um ano depois, a lei entrou em vigor com a realização em Portugal de cerca de 380 casamentos entre pessoas do mesmo sexo e este número continuou a aumentar rapidamente desde então. Portugal foi o sexto país a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo e está atualmente em décimo lugar num total de 49 países em todo o mundo pela sua posição no que se refere aos direitos humanos LGBT nas Classificações dos Países Arco-Íris da ILGA-Europe.

 

 

Portugal tem o seu próprio género musical

 

O Fado é um tipo de canto português que remonta à década de 1820 e pode ser apreciado frequentemente em bares, cafés e restaurantes. É geralmente conhecido pela sua forma expressiva, bem como pela forte melodia. Normalmente, no fado, o intérprete canta sobre a dura realidade do dia a dia num equilíbrio entre a resignação e a esperança. Este sentimento pode ser descrito através da palavra portuguesa "saudade", que significa "anseio" e representa um misto de perda e melancolia.

 

O fado é habitualmente acompanhado por uma ou duas guitarras de 12 cordas, uma ou duas guitarras clássicas e, por vezes, uma pequena viola baixo de 8 cordas. Existem diferentes estilos consoante a zona de Portugal e, em 2011, o fado foi integrado nas Listas de Património Cultural Imaterial da UNESCO. Alguns fadistas famosos incluem Dulce Pontes, Carlos do Carmo, Mariza, Mafalda Arnauth e Amália Rodrigues (abaixo), a chamada "Rainha do Fado".

 

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