Pesquisa revela por que audição de deficientes visuais é tão precisa
Diversos estudos mostram que a audição de deficientes visuais é, de fato, mais aguçada em relação às pessoas que podem enxergar, mas foi apenas recentemente que uma equipe norte-americana conseguiu explicar como o sistema nervoso de pessoas com e sem deficiência diferem.
Os resultados mostraram que quem não consegue enxergar, geralmente, pode interpretar as frequências sonoras com mais facilidade. Isso porque o córtex auditivo dos deficientes visuais apresenta uma “sintonização” neural mai estreita, o que ajuda a discernir pequenas diferenças na frequência sonora.
Esquerda: As cores quentes representam regiões do cérebro que mostraram a maior resposta a tons graves, enquanto as cores azuis representam regiões que respondem mais a tons agudos.
Esquerda:
As cores quentes representam regiões do cérebro que mostraram a maior resposta a tons graves, enquanto as cores azuis representam regiões que respondem mais a tons agudos. Direita: Quando os pesquisadores examinaram a faixa de freqeências para a qual cada vértice do cérebro era seletivo, eles descobriram que a sintonia tendia a ser mais estreita para deficientes visuais.
uma pessoa com visão, ter uma representação precisa do som não é tão importante porque ela têm a visão para ajudá-la a reconhecer objetos, enquanto indivíduos cegos só têm informações auditivas. Isso nos dá uma ideia de quais mudanças no cérebro explicam por que pessoas cegas são melhores em detectar e identificar sons no ambiente", afirma Kelly Chang, membro da equipe, no site da Universidade de Washington.
Como o córtex auditivo desenvolve essa forma de neuroplasticidade ainda é um mistério, ma a equipe especula que poderia ser "uma adaptação ao desenvolvimento da cegueira precoce, os efeitos contínuos da privação visual e / ou demandas auditivas diferenciais que resultam da cegueira".
Além disso, os especialistas acreditam que a análise permite obter mais informações para entender como o sistema nervoso se desenvolve durante a infância. "Isso fornece um exemplo excelente de como o desenvolvimento de habilidades dentro do cérebro infantil é influenciado pelo ambiente em que crescem", afirma Ione Fine, uma das responsáveis pela descoberta.
Fonte: revista Galileu